Slow Journalism, a bola de neve que está cada vez mais acelerada
O Slow Journalism caracteriza-se por ser lento e reflexivo na produção da informação, como notícias ou grandes reportagens, em que privilegia a qualidade em detrimento da quantidade e é essencial que haja uma análise profunda do apuramento dos factos durante a investigação. O jornalista investiga tudo o que esteja relacionado com o tema, desloca-se ao local, entrevista fontes que sejam verídicas e essenciais para a reportagem. Também, contextualiza e explica de uma forma mais aprofundada o tema em questão com o intuito que o leitor compreenda o que está ali a ser tratado.
A evolução da era digital e das novas tecnologias está a levar a um desenvolvimento mais acelerado do jornalismo . A pressão nas publicações e de dar a notícia em tempo real e o meio de comunicação ser o "primeiro" a chegar aos locais e a informar o público, por um lado, tem como objetivo desse meio de comunicação ganhe lucros e visualizações, mas por outro lado, faz com que a informação muitas vezes não seja completamente fiável ao acontecimento. O jornalista dá prioridade ao lucro e à rapidez e não se preocupa tanto com a veracidade dos factos, isto pode levar a que a informação seja cada vez mais questionável e desmentida por outros meios.
Surge então o slow journalism, ou seja, o jornalismo lento para dar resposta a este cenário mencionado no parágrafo anterior. No entanto deve-se apostar neste modelo, acaba por ser uma aposta ganha. Oferece aos leitores uma maior oportunidade de entender as notícias com maior compreensão, com explicações dadas ao detalhe, baseadas em dados verídicos. O combate à desinformação também é uma vantagem na aposta deste modelo, porque já que se evita a " pressa", faz com que haja mais tempo e espaço para verificar os factos, evitando informar as pessoas de forma errada.
Apesar das reportagens serem construídas e escritas de forma muito detalhada, muitas vezes, pode ser uma consequência porque se as mesmas forem publicadas no digital e por exemplo se uma reportagem por mais que o conteúdo seja impactante, consideramos que o talvez não a consiga ler toda e que a meio já tenho desistido da sua leitura principalmente se a ler no telemóvel ou computador.
No nosso ponto de vista, é importante a prática do slow journalism, por outro lado, conscientes de que não conseguimos mudar uma sociedade e a forma de olhar, perceber e habituar-se às novas técnicas de produção executadas no jornalismo atual. A literacia mediática pretende assinalar e implementar-se como um novo mecanismo que ajude a tornar mais consciente na cabeça de todos, estes novos modos de captação de informação que são extremamente necessários para o presente e para o futuro.
Trabalho Realizado por: Francisco Matos, Nuno Pires, Cátia Simões